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#7SemanasComDavis – Semana 2

Dando continuidade do projeto, essa postagem compreende 35 páginas (43-78), nas quais se encontram os capítulo 2 e 3, que têm como título “O movimento antiescravagista e a origem dos direitos das mulheres” e “Classe e raça no início da campanha pelo direito das mulheres”, respectivamente.

“Quando a verdadeira história da causa antiescravagista for escrita, as mulheres ocuparão um vasto espaço em suas páginas; porque a causa das pessoas escravas tem sido particularmente uma causa das mulheres” – Frederick Douglass (p. 43)

Nesse capítulo, a autora fala um pouco sobre Frederick Douglass, um ex-escravo, abolicionista e apoiador do movimento de emancipação das mulheres, apesar das chacotas por causa disso.
É mencionado pela primeira vez o romance “A cabana do Pai Tomás”. Aqui ele aparece como um dos principais fatores que atrairam muitas mulheres brancas do século XIX a lutarem pela causa antiescravagista.

Uma dessas mulheres brancas que ficou conhecida por sua militância antirracista, foi Prudence Crandall, uma professora que aceitou uma aluna negra em sua escola e com isso desafiou todo um sistema em que não permitia que os negros se escolarizassem, pelo menos não no mesmo ambiente que os brancos. A professora foi duramente reprimida. Os pais das outras alunas brancas foram contra, assim como toda a população. A resposta de Crandall foi abrir uma escola só para alunas negras. A retaliação a esse ato foi tamanho que os comércios não quiseram vender materiais para a professora, os médicos não quiseram atender suas alunas e os farmacêuticos se recusaram a vender remédios. Quase uma greve contra a professora e as alunas negras dela. A escola foi atacada, destruída e as autoridades determinaram que Crandall fosse presa.

Das primeiras antiescravagista, duas souberam relacionar suas opressões por serem mulheres às da causa negra, sem ignorar as particularidades de cada opressão. As irmãs Grimké, Angelina e Sarah, começaram, uma década antes das mulheres brancas, a se posicionarem contra a ideologia da supremacia masculina, questionando-a e exigindo o direito à fala.

“Por terem uma consciência tão profunda da indissociabilidade entre a luta pela libertação negra e a luta pela libertação feminina, as irmãs [Grimké] nunca caíram ma armadilha ideológica de insistir que um combate era mais importante do que o outro. Elas reconheciam o caráter dialético da relação entre as duas causas”. (p. 56)

As mulheres brancas de classe média lutarem contra a escravidão não as impedia de serem racistas.
Sojourner Truth foi uma mulher negra, ex-escrava, que teve a ousadia de falar na Convenção Nacional Pelos Direitos das Mulheres, em Akron, Ohaio, em 1851, mesmo sendo vaiada por homens e outras mulheres brancas. Seu discurso “Não sou eu uma mulher?”, continua sendo inspirador nos dias atuais. Segue um pequeno trecho dele:

“Arei a terra, plantei, enchi os celeiros, e nenhum homem podia se igualar a mim! Não sou eu uma mulher? Eu podia trabalhar tanto e comer tanto quanto um homem- quando eu consegua comida- e aguentava o chicote da mesma forma! Não sou eu uma mulher? Dei à luz a treze crianças e vi a maioria ser vendida como escrava e, quando chorei em meu sofrimento de mãe, ninguém, exceto Jesus, me ouviu! Não sou eu uma mulher?”

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1 Comentário

  • Responder
    RUDYNALVA
    14 fevereiro, 2017 em 13:21

    MARIA!
    SAbe que quando vejo relatos como esse sobre a perseguição da professora Prudence Crandall, fico tão indignada… mesmo sabendo que na época existia o preconceito com os negros, fico sem imaginar o que realmente eles passaram, e as precursoras do movimento antiescravagista sofreram.
    “Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.” (Guimarães Rosa)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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